Gostaria de convidá-los a fazer uma viagem juntamente conosco, pois não há propósito maior em ser o orador da turma se não em fazê-la ser conhecida por todos os presentes e para isso é necessário nos lançarmos no tempo para só assim cumprir nossa missão.
No ano de 2004, local de nossa viagem inicial, deu-se o start para esta turma que neste momento se reúne para fechar este ciclo. Neste ano, ainda desconhecidos uns dos outros, ainda defensivos, pois havíamos aprendido que na faculdade deve-se ter cuidado porque é todo mundo mal, os professores não ajudam; quantas foram as frases: “é melhor esquecer ajuda na universidade, os professores só ensinam e deixam você se virar” ou então “é todo mundo contra todo mundo”, sendo assim, todos tensos começam a se achegar, num momento de apresentações, nomes, que no momento não significavam muita coisa porque não poderíamos aprender todos eles no mesmo dia, aspirações, que muito mais pareciam uma forma de demarcar território do que qualquer outra coisa, mas ao final deste mesmo ano, todos já se conheciam, pelo menos por nome. Entretanto, havia algo que nos unia, a vontade de que tudo que acontecesse estivesse a nosso favor, e foi nessa intenção, que já na segunda semana de aula, acreditem, a sala reivindicando aulas de Psicologia Experimental, foram levantados alguns alunos para irem até o reitor exigir estas aulas. Nascia então uma sala que lutaria pelos seus direitos a todo custo, com a mesma força que nossa professora paraibana sim, porque seu sotaque não nega, nem ela o quer, falando-nos de Psicologia da Saúde, com uma força, voraz, em suas aula ela era visceral, uma leoa defendendo o direito dos que precisam e não tem, ah, professora Ângela, foram aulas pra vida!
Tivemos então um segundo ano, 2005, marcado por decepções, sim, porque achávamos que teríamos psicologia já no primeiro ano e no segundo também não veio, queríamos estar com as pessoas, atender, aprender da psicologia em si e não de disciplinas que nos forçavam a entrar em contato com cérebros reais, um cheiro de formol, para muitos, insuportável, ou até mesmo as aulas com os ratinhos, coitadinho deles, deveriam ser ensinados a fazer algo, mas muitas vezes o ensinávamos a não fazer o que era solicitado, e onde estava a psicologia nisso tudo?! Não conseguíamos encontrá-la de fato. Em todas as conversas eram sempre as mesmas reclamações e as indagações: “Quando vamos começar a ter psicologia?” Ah, não podemos esquecer que neste ano também tivemos uma luta para que pudéssemos ter uma determinada disciplina que não estava andando muito bem das pernas, tendo sido mais uma vez atendidos pela instituição. Por conta disso tivemos o privilégio de ter aula com dois professores numa mesma disciplina, um mais sério, que já conhecíamos de outra disciplina que até o nome assusta Neuropsicologia e outro que era excêntrico, fazendo-nos entrar em contato com a criança interior adormecida há muito.
No ano seguinte, agora o terceiro ano de faculdade, 2006, houve uma mescla do chamávamos de “psicologia de verdade” e outras disciplinas, mas a empolgação ficou bem maior. Neste momento algumas pessoas já haviam ficado no caminho, não porque morreram, mas porque não puderam continuar o curso por vários motivos. Entramos em contato com a Psicanálise e suas técnicas, e que teoria linda, como todos ouviam a professora Maria de Fátima, que por liberdade de expressão passou a se chamar “Maria de Freudman”, vocês certamente já sabem a razão. Era tão intenso o amor que emanava de suas palavras quando nos passava não apenas o que conhecia da teoria, mas o que amava em tudo isso; era maravilhoso! Pela primeira vez entramos em contato com a Gestal-Terapia, que por meio da Professora “Silvia Perls” com sua visão humanista e uma fala que para uns viraria até mesmo filosofia de vida, fez com que pessoas se descobrissem gestalt-terapeutas mesmo sem conhecê-la, e outros permaneceram com a Psicanálise, começávamos a nos dividir consideravelmente, alguns grupos se diluíram, outros novos surgiram e assim houve uma remodelagem na sala. Ah, havia também as outras disciplinas, dentre elas um professor amado, que viria a ser nosso padrinho, meu Deus que aula era aquela, Psicopatologia, espanto gerla, porque repentinamente surgia um “eu sou assim”, “Opa, eu tenho isso” até o professor terminar de explicar já havia surgido até novas patologias nunca antes descobertas pelos cientistas, como é o caso do “COMPLEXO DE GOLGI”, mas esse não é, enfim, o professor nos esclarecia que não tínhamos nada, só estávamos tentando nos identificar com a disciplina, tudo bem que de uma forma bem hipocondríaca!
Em 2007, muitas águas se passaram novas disciplinas vieram, conhecemos a Psicologia da Educação com uma professora que nos transmite uma força em seus quase 1,50 de altura. Nunca tínhamos ouvido uma voz tão suave e tão forte, ao ponto de nos fazer estremecer por dentro quando esta se pronunciava e nos fazia voltar a realidade da sala de aula, Eh, Taninha! Quanta paciência hein?! Neste ano também passamos a conhecer melhor a Psicologia Congnitiva-comportamental, ou seria Comportamental-cognitiva?! Com uma professora guerreira, creio eu que nunca encontramos uma fibra e uma força de vida, uma vontade de viver e de se entregar ao que faz como nessa mulher, mas também com este nome Marta, teria sem dúvida que ser uma mulher forte, valente. Conhecemos também a professora que mais nos faria entrar em contato com nossa obrigação maior, a de aprender. No início tantas incompreensões, mas no final passamos a entender que precisávamos sim desta rigidez ética, aprendizado seguro e embasamento sólido e olhe que de solidez esta professora entende bem, mas aí no último ano teríamos uma surpresa.
Falando nele, chegamos ao aqui-agora, ao presente, o quinto e último ano de uma faculdade de que preparou algo além de simples profissionais psicólogos, sim porque falamos dos professores que por aqui passaram e alguma características, mas ainda não falamos do poder transformador que há na relação entre cada um dos sujeitos que integram este grupo. É de tal modo assim, que assistimos de camarote a construção de um menino, piá, guri, num rapazinho, em seguida num homem responsável, tendo culminado num pai tão babão, que nos fez querer experimentar esta mesma sensação, mas calma pessoal, tudo a seu tempo. Uma sala que teve no primeiro dia uma figura de carrasco, nos aplicando gritos de “bicho”, anda logo, mal sabia ela que futuramente viria a fazer parte deste mesmo grupo e o mais interessante seria acolhida, amada, cuidada, ao ponto de pegarmos tanto no pé dela, e acreditem, hoje ela é uma futura mestranda da UCDB, que em muito momentos teve nas pessoas dessa sala o forte, o porto seguro, para continuar, mesmo sem forças. Estou falando de uma sala que por meio das muitas diferenças aprendeu de fato o que é a psicologia de verdade e ela nada mais é do que a possibilidade de ser humano, acima de qualquer coisa. Um turma que no penúltimo ano se reuniu, se reuniu para entender a dor de uma colega e conversar entre si, resolvendo seus conflitos, algo que simboliza um alto grau de evolução.
Aprendemos ao longo destes anos que somos constituídos de parte, que formam um todo, opa, isso é aula de gestalt! É que na verdade o inconsciente que é responsável por captar, opa, isso é Psicanálise! Na verdade entendemos que somos constituídos de um esquema psicológico, opa, isso é Comportamental! O que estou tentando dizer e não consigo, é que aprendemos a ser humanos de verdade e isso é a psicologia de verdade. E no último ano conseguimos entender que as pedras pontiagudas que furam, vão se moldando a medida que vão entrando em contato com outras pedras pontiagudas que vão se moldando e vão se constituindo, resignificando e sendo feitos antes de terapeutas e profissionais, humanos. Entendendo a partir de então que a psicologia “funciona”, para nós e por conta disso podemos utilizá-la para o outro.
Permitam-me compartilhar um último momento com vocês, entrei nesta turma e havia me esquecido que no primeiro dia uma frase tão defensiva saiu de minha boca e fui lembrado dela por uma amiga e disse assim: “Meu nome é Sóstenes e estou aqui para estar entre os melhores”, mas hoje quero me apresentar de forma diferente aos meus amigos: “Meu nome é Sóstenes e se hoje estou aqui, é porque muito dos verdadeiros melhores eu pude internalizar e construir o todo que sou hoje, pequeno, falho, mas respeitando a existência dos lindos seres humanos que são vocês, tenho hoje a certeza que estou entre os melhores, não em nível de posição em si, mas em nível de riquezas preciosas que passei a enxergar em cada um dos meus eternos amigos, obrigado!”.
No ano de 2004, local de nossa viagem inicial, deu-se o start para esta turma que neste momento se reúne para fechar este ciclo. Neste ano, ainda desconhecidos uns dos outros, ainda defensivos, pois havíamos aprendido que na faculdade deve-se ter cuidado porque é todo mundo mal, os professores não ajudam; quantas foram as frases: “é melhor esquecer ajuda na universidade, os professores só ensinam e deixam você se virar” ou então “é todo mundo contra todo mundo”, sendo assim, todos tensos começam a se achegar, num momento de apresentações, nomes, que no momento não significavam muita coisa porque não poderíamos aprender todos eles no mesmo dia, aspirações, que muito mais pareciam uma forma de demarcar território do que qualquer outra coisa, mas ao final deste mesmo ano, todos já se conheciam, pelo menos por nome. Entretanto, havia algo que nos unia, a vontade de que tudo que acontecesse estivesse a nosso favor, e foi nessa intenção, que já na segunda semana de aula, acreditem, a sala reivindicando aulas de Psicologia Experimental, foram levantados alguns alunos para irem até o reitor exigir estas aulas. Nascia então uma sala que lutaria pelos seus direitos a todo custo, com a mesma força que nossa professora paraibana sim, porque seu sotaque não nega, nem ela o quer, falando-nos de Psicologia da Saúde, com uma força, voraz, em suas aula ela era visceral, uma leoa defendendo o direito dos que precisam e não tem, ah, professora Ângela, foram aulas pra vida!
Tivemos então um segundo ano, 2005, marcado por decepções, sim, porque achávamos que teríamos psicologia já no primeiro ano e no segundo também não veio, queríamos estar com as pessoas, atender, aprender da psicologia em si e não de disciplinas que nos forçavam a entrar em contato com cérebros reais, um cheiro de formol, para muitos, insuportável, ou até mesmo as aulas com os ratinhos, coitadinho deles, deveriam ser ensinados a fazer algo, mas muitas vezes o ensinávamos a não fazer o que era solicitado, e onde estava a psicologia nisso tudo?! Não conseguíamos encontrá-la de fato. Em todas as conversas eram sempre as mesmas reclamações e as indagações: “Quando vamos começar a ter psicologia?” Ah, não podemos esquecer que neste ano também tivemos uma luta para que pudéssemos ter uma determinada disciplina que não estava andando muito bem das pernas, tendo sido mais uma vez atendidos pela instituição. Por conta disso tivemos o privilégio de ter aula com dois professores numa mesma disciplina, um mais sério, que já conhecíamos de outra disciplina que até o nome assusta Neuropsicologia e outro que era excêntrico, fazendo-nos entrar em contato com a criança interior adormecida há muito.
No ano seguinte, agora o terceiro ano de faculdade, 2006, houve uma mescla do chamávamos de “psicologia de verdade” e outras disciplinas, mas a empolgação ficou bem maior. Neste momento algumas pessoas já haviam ficado no caminho, não porque morreram, mas porque não puderam continuar o curso por vários motivos. Entramos em contato com a Psicanálise e suas técnicas, e que teoria linda, como todos ouviam a professora Maria de Fátima, que por liberdade de expressão passou a se chamar “Maria de Freudman”, vocês certamente já sabem a razão. Era tão intenso o amor que emanava de suas palavras quando nos passava não apenas o que conhecia da teoria, mas o que amava em tudo isso; era maravilhoso! Pela primeira vez entramos em contato com a Gestal-Terapia, que por meio da Professora “Silvia Perls” com sua visão humanista e uma fala que para uns viraria até mesmo filosofia de vida, fez com que pessoas se descobrissem gestalt-terapeutas mesmo sem conhecê-la, e outros permaneceram com a Psicanálise, começávamos a nos dividir consideravelmente, alguns grupos se diluíram, outros novos surgiram e assim houve uma remodelagem na sala. Ah, havia também as outras disciplinas, dentre elas um professor amado, que viria a ser nosso padrinho, meu Deus que aula era aquela, Psicopatologia, espanto gerla, porque repentinamente surgia um “eu sou assim”, “Opa, eu tenho isso” até o professor terminar de explicar já havia surgido até novas patologias nunca antes descobertas pelos cientistas, como é o caso do “COMPLEXO DE GOLGI”, mas esse não é, enfim, o professor nos esclarecia que não tínhamos nada, só estávamos tentando nos identificar com a disciplina, tudo bem que de uma forma bem hipocondríaca!
Em 2007, muitas águas se passaram novas disciplinas vieram, conhecemos a Psicologia da Educação com uma professora que nos transmite uma força em seus quase 1,50 de altura. Nunca tínhamos ouvido uma voz tão suave e tão forte, ao ponto de nos fazer estremecer por dentro quando esta se pronunciava e nos fazia voltar a realidade da sala de aula, Eh, Taninha! Quanta paciência hein?! Neste ano também passamos a conhecer melhor a Psicologia Congnitiva-comportamental, ou seria Comportamental-cognitiva?! Com uma professora guerreira, creio eu que nunca encontramos uma fibra e uma força de vida, uma vontade de viver e de se entregar ao que faz como nessa mulher, mas também com este nome Marta, teria sem dúvida que ser uma mulher forte, valente. Conhecemos também a professora que mais nos faria entrar em contato com nossa obrigação maior, a de aprender. No início tantas incompreensões, mas no final passamos a entender que precisávamos sim desta rigidez ética, aprendizado seguro e embasamento sólido e olhe que de solidez esta professora entende bem, mas aí no último ano teríamos uma surpresa.
Falando nele, chegamos ao aqui-agora, ao presente, o quinto e último ano de uma faculdade de que preparou algo além de simples profissionais psicólogos, sim porque falamos dos professores que por aqui passaram e alguma características, mas ainda não falamos do poder transformador que há na relação entre cada um dos sujeitos que integram este grupo. É de tal modo assim, que assistimos de camarote a construção de um menino, piá, guri, num rapazinho, em seguida num homem responsável, tendo culminado num pai tão babão, que nos fez querer experimentar esta mesma sensação, mas calma pessoal, tudo a seu tempo. Uma sala que teve no primeiro dia uma figura de carrasco, nos aplicando gritos de “bicho”, anda logo, mal sabia ela que futuramente viria a fazer parte deste mesmo grupo e o mais interessante seria acolhida, amada, cuidada, ao ponto de pegarmos tanto no pé dela, e acreditem, hoje ela é uma futura mestranda da UCDB, que em muito momentos teve nas pessoas dessa sala o forte, o porto seguro, para continuar, mesmo sem forças. Estou falando de uma sala que por meio das muitas diferenças aprendeu de fato o que é a psicologia de verdade e ela nada mais é do que a possibilidade de ser humano, acima de qualquer coisa. Um turma que no penúltimo ano se reuniu, se reuniu para entender a dor de uma colega e conversar entre si, resolvendo seus conflitos, algo que simboliza um alto grau de evolução.
Aprendemos ao longo destes anos que somos constituídos de parte, que formam um todo, opa, isso é aula de gestalt! É que na verdade o inconsciente que é responsável por captar, opa, isso é Psicanálise! Na verdade entendemos que somos constituídos de um esquema psicológico, opa, isso é Comportamental! O que estou tentando dizer e não consigo, é que aprendemos a ser humanos de verdade e isso é a psicologia de verdade. E no último ano conseguimos entender que as pedras pontiagudas que furam, vão se moldando a medida que vão entrando em contato com outras pedras pontiagudas que vão se moldando e vão se constituindo, resignificando e sendo feitos antes de terapeutas e profissionais, humanos. Entendendo a partir de então que a psicologia “funciona”, para nós e por conta disso podemos utilizá-la para o outro.
Permitam-me compartilhar um último momento com vocês, entrei nesta turma e havia me esquecido que no primeiro dia uma frase tão defensiva saiu de minha boca e fui lembrado dela por uma amiga e disse assim: “Meu nome é Sóstenes e estou aqui para estar entre os melhores”, mas hoje quero me apresentar de forma diferente aos meus amigos: “Meu nome é Sóstenes e se hoje estou aqui, é porque muito dos verdadeiros melhores eu pude internalizar e construir o todo que sou hoje, pequeno, falho, mas respeitando a existência dos lindos seres humanos que são vocês, tenho hoje a certeza que estou entre os melhores, não em nível de posição em si, mas em nível de riquezas preciosas que passei a enxergar em cada um dos meus eternos amigos, obrigado!”.